Temos na Internet uma grande fonte de informações. Isso nos anima e ao mesmo tempo nos traz novos conflitos. Ficamos animados com a possibilidade de digitar uma palavra-chave e recebermos inúmeras referências sobre um assunto, no entanto, entramos em conflito quando temos uma questão sobre um fato cotidiano e não sabemos como encontrar a resposta na infinidade de sites com os quais nos deparamos.
Antes da invenção da imprensa e muito antes do registro do homem nas cavernas ou nas pedras o homem já aprendia com os outros. A própria linguagem foi desenvolvida dessa forma; foi assim que aprendemos a falar.
Embora interações estejam presentes em nosso dia-a-dia, há necessidade de ampliarmos nossa rede de relações e reconhecermos que aprender com o(s) outro(s) deve fazer parte de nossa formação continuada. A Internet possui vários espaços para formação e ampliação dessas redes de aprendizagem; nunca é tarde para aprendermos mais sobre estas possibilidades e buscarmos o espaço que consideramos mais adequado as nossas necessidades.
Quando se inicia um trabalho em educação através das chamadas TICs, são comuns as perguntas: “Por onde começamos?”; “Pelos aplicativos?”; “Por quais deles?”; “Pelos sites da Internet ?”; “Pelas partes do computador?”
Após trabalhar, nesta área, com professores e alunos, chegamos à conclusão de que, se queremos promover a autonomia, devemos iniciar a formação em tecnologia pelo acesso às ferramentas de comunicação. Além disso, criar uma comunidade de aprendizagem para que o grupo tenha condições de continuar aprendendo pela troca de e-mails e/ou outros serviços de comunicação. Ao saber enviar e receber um e-mail para um determinado grupo de pessoas, já temos como garantir que todo o restante de nossos objetivos seja cumprido: já é possível que cada um busque o seu próprio conhecimento aprendendo uns com os outros, utilizando o potencial da Internet.
É esperado que um professor saiba como contribuir com outro na busca de soluções de desafios, uma vez que ele, por compartilhar de situações semelhantes, também tem condições de refletir sobre um mesmo conflito. Quem é que não se lembra de uma situação específica de trabalho que compartilhou com outro colega e que, graças à interação, conseguiu se sair bem?
Em suma, o uso das ferramentas de comunicação da Internet pode se constituir em um importante recurso de formação continuada para o educador, sendo um passo importante para que ele saiba como buscar o conhecimento de que precisa e no momento em que precisa.
AUTORES
Mary Grace Martins é pedagoga pela faculdade de educação da USP, atua na área de formação de professores para uso da tecnologia e ensino à distância. É consultora pedagógica do Instituto Crescer para a Cidadania e também da Microsoft Educação. Responsável pela edição do site Vivência Pedagógica e pelo espaço de interação com os participantes, nessa comunidade. Além disso, atua em diversas listas de discussão para educadores, disponíveis na Internet.
http://www.vivenciapedagogica.com.br/